
Enterro será às 16h, no Cemitério de Irajá.
Nesta segunda-feira (28), a família da criança só conseguiu a liberação do corpo após cinco horas de espera no Instituto Médico Legal (IML). Segundo o laudo da necrópsia, a causa da morte de Ryan foi hemorragia interna, causada por perfuração da artéria subclava direita, provocada por objeto perfuro-cortante. "Achei que fosse mais rápido. A gente sofre para tudo", explicou um parente de Ryan, que preferiu não se identificar. No IML alguns funcionarios fazem greve.
A mãe de Ryan Gabriel, Taiane Pereira da Silva, de 20 anos, permaneceu todo o tempo de espera pela liberação do corpo do filho sentada em uma mureta ao lado de um jardim, sendo amparada pela família e levantando poucas vezes. Sem condições de falar, a jovem só chorava e lamentava.
"Eu perdi o meu filho. Eu não acredito que perdi meu filho", repetia a mãe.Em protesto pela morte, a Avenida Edgar Romero, em Madureira, foi fechada na tarde desta segunda-feira. Pelo menos dois ônibus foram queimados no local.
Imagens do circuito interno de câmeras do Consórcio BRT registraram o momento em que um grupo invadiu e depredou a Estação Otaviano, no Corredor Transcarioca. Ainda na manhã desta terça, a Estação Otaviano e Vila Queiroz continuavam fechadas e sem previsões de reabertura.
A confusão e ações de vândalos que culminaram na depredação ocorreram por volta de 13h, quando manifestantes tomaram a Edgar Romero em protesto Sonhava em ser militar
Milton do Amparo, de 48 anos, avô do menino, conta que tem sete netos, mas Ryan Gabriel era o mais agarrado com ele. O menino o estava visitando quando foi atingido pelo disparo.
"Ele adorava me visitar nos fins de semana, ele gostava de ficar com a gente", contou o avô, emocionado.
Ryan sonhava em entrar para o Exército desde o último feriado de Sete de Setembro, quando os avós o levaram para ver a parada militar.
"Ele achava bonito marchar, sonhava em andar de moto e naqueles cavalos do Exército. Via os comboios com soldados na rua e falava: 'Olha o marcha soldado, vovô'. E eu dizia que ele poderia ser um, se estudasse", relembrou Milton do Amparo.pela morte do menino Ryan Gabriel.Tentando realizar o sonho do neto, ele comprou uma motoicleta elétrica no Natal. Por um erro, o brinquedo foi entregue no local errado e a família entrou na Justiça para buscar uma indenização.
"Mesmo atrasado, ia valer a pena receber a moto se ele estivesse aqui. Mas e agora, sem o Ryan? O que vamos fazer?", perguntou o avô.
MIlton contou que Ryan estava ao lado dele quando foi baleado.
"Quando deu o tiro, eu puxei ele, ele caiu no chão. Quando levantei ele, já tava alvejado com a bala. O médico disse que a bala entrou nas costas e saiu no peito. Num domingo de Páscoa, ninguém acredita que vá acontecer uma coisa dessa. O único ovo que ele comeu foi um coelhinho que eu dei para ele", acrescentou.
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