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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Em contatos com governo brasileiro, EUA expressam preocupação com viagem de Bolsonaro à Rússia Visita de presidente brasileiro a Moscou está prevista para meados de fevereiro e Brasil defende solução diplomática para conflito entre Rússia e Ucrânia

BRASÍLIA — Se dependesse da Casa Branca, o presidente Jair Bolsonaro não faria a visita que programou a Moscou em meados de fevereiro. Essa preocupação foi transmitida por representantes do governo americano a autoridades brasileiras. A avaliação é de que o momento não é adequado para uma aproximação entre Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Palpite:Mourão diz que Rússia exerce 'direito de espernear', mas que não acredita em invasão à Ucrânia Uma fonte do governo brasileiro explicou que aos EUA interessa que a viagem não venha a ser interpretada como mensagem simbólica de que o Brasil esteja tomando partido de um lado na crise. — E de fato não será essa a mensagem da visita, pois desejamos o entendimento diplomático entre Rússia e Ucrânia, dois países com os quais temos ótimas relações — afirmou ao GLOBO. A situação na fronteira da Rússia com a Ucrânia se tornou um dos principais pontos da agenda bilateral entre Estados Unidos e Brasil. Isto porque os brasileiros assumiram, em janeiro, um mandato de dois anos como membros rotativos do Conselho de Segurança da Organização da ONU. Para Washington, o melhor agora seria isolar Putin. Reunião tensa na ONU:EUA e Rússia trocam acusações sobre a crise na Ucrânia Segundo fontes, essa preocupação dos americanos foi expressa em conversas entre integrantes dos governos dos dois países, mas não foi tratada claramente nos contatos telefônicos entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chanceler Carlos França. Blinken já pediu uma “resposta forte” do Brasil para uma nova agressão da Rússia à Ucrânia. França defendeu uma solução diplomática para o impasse. Visita equilibrada Em entrevista ao GLOBO, o encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoliy Tkach, sugeriu que Bolsonaro visite seu país, além da ida a Moscou. Segundo o diplomata, isso ajudaria a equilibrar a viagem do presidente brasileiro à Rússia. De olho em sua base eleitoral:Bolsonaro enfatizará ‘agenda de valores’ comum em viagem a Rússia e Hungria Mas a viagem de Bolsonaro à Rússia, e em seguida à Hungria, continua mantida. O Palácio do Planalto informou que as datas não estão fechadas, mas existe a expectativa de Bolsonaro embarcar para Moscou por volta do dia 12. Nesta segunda-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a Rússia exerce "direito de espernear" contra o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Isso porque Moscou exige um veto permanente à entrada dos ucranianos na Otan. Para Mourão, a situação na região não vai piorar até a visita de Bolsonaro à Rússia. Solução diplomática duradoura Em reunião, nesta segunda-feira, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o representante do Brasil, Ronaldo Costa Filho, defendeu o diálogo entre as partes envolvidas na escalada de tensões. Segundo o embaixador, o governo brasileiro considera fundamental que se observe o direito internacional. — Apelamos a todas as partes para que exerçam a máxima contenção e se envolvam construtivamente em conversações destinadas a resolver as suas diferenças. Há espaço para restaurar a confiança e encontrar uma solução diplomática duradoura para esta crise. Para isso, precisamos de vontade política e compromisso genuíno de todos os lados — disse o diplomata.

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