A família da menina Thifany Nascimento de Almeida, de 11 anos, esteve no Instituto Médico-Legal (IML) para fazer a liberação do corpo. A garota foi encontrada morta numa mala que foi jogada no lixão conhecido como Fim do Mundo, na Favela de Acari, na Zona Norte do Rio. A criança estava sumida desde o último domingo, quando foi levada por um homem - o supeito do sequestro está preso. Ela será enterrada nesta quinta-feira no Cemitério de Irajá.Muito emocionados e chorando, os parentes da garota se abraçavam e se consolavam. A mãe, Rosângela Ferreira do Nascimento, usava uma toalha para secar as lágrimas. Ela está amparada por parentes.
- Ele sabe que a gente cria bichos e aí chegou ao meu marido falando sobre Rotweillers. E aí fez isso com a minha filha. Ele passava com os Rotweillers lá e teve assunto com meu marido - contou a mãe de Thifany sobre o suspeito do crime, Sandro Luiz Alves Portilho, de 42 anos.Ela falou sobre a filha:
- Ela era muito estudiosa, não se misturava com ninguém. Se marcasse dez horas, nove e meia ela já estava em casa. Por que fez isso com a minha filha? Não entendo. Por que ela foi sair numa moto? Ela foi muito trabalhada por ele. Ela não aceitava dinheiro de ninguém. Era da escola para casa e da casa para a escola. Até hoje eu não entendo como a minha filha foi subir nessa moto com esse homem.
Para a mãe, o amor por amimais fez com que a filha decidisse acompanhar Sandro.
- Ele falou de um cachorrinho, que ela ia dar para o irmão, de 10 anos - disse.Rosângela ainda disse que nunca teve esperanças de que Thifany fosse encontrada viva:
- Desde domingo eu tinha certeza de que não ia achar a minha filha com vida.
Rosângela contou que viu o momento em que Sandro foi imobilizado na própria comunidade - ele foi enctregue à polícia depois.
- Quase matei ele quando os garotos agarraram ele.
Além de Thifany, Rosângela tem cinco outros filhos, quatro meninos e uma menina.Tio revela detalhes de resgate do corpo
Tio de Thifany, Denilson Brás dos Santos, de 50 anos, lembrou detalhes do resgate do corpo da sobrinha:
- Foram crianças que brincavam no lixão que encontraram o corpo. Elas chamaram um adulto que viu a situação e depois no chamou. Eu e outras três pessoas fomos lá. Tivemos que carregar o corpinho da minha sobrinha. Usamos uma lona para embalar a mala onde estava o corpo. Carregamos a lona por uns 800 metros até à Rua Onze, em Irajá. Lá a policia e a Defesa Civil foram buscar o corpo.
Segundo ele, desde então a mãe da Thifany e o pai dela vêm estado a base de calmantes.Novo depoimento
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) aguarda a melhora de Sandro Luiz Alves Portilho, de 42 anos, para que ele preste um novo depoimento. Sandro foi baleado nesta terça, ao tentar fugir da DDPA, que fica na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Ele está internado sob custódia no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro da capital. Seu estado de saúde é estável.Preso nesta terça-feira, ele confessou a agentes sua participação no sequestro da menina Thifany. Os policiais continuam investigando a participação de Sandro na morte da garota. Um inquérito foi instaurado pela delegada-titular da DDPA, Elen Souto, para apurar o episódio em que Sandro foi baleado e também crime de resistência à prisão. O caso já foi comunicado à Corregedoria da Polícia Civil, que enviou uma equipe à DDPA.
Sandro possui mandado de prisão pendente e condenação pelo crime de homicídio qualificado, ocorrido em Minas Gerais. Ele estava foragido desde 2012.
Comoção na web
A notícia da morte da menina Thifany causou comoção nas redes sociais. As mensagens são de pessoas que sequer conheciam a garota, mas ficaram sensibilizadas com a tragédia da qual ela foi vítima.
Além das mensagens, está sendo compartilhada uma foto de Thifany na qual foi escrita a frase: "Não foi só a Thifany, foi o mundo inteiro... Brasil contra o estupro. Somos todos Thifany".
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