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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Em mensagem, jovem morta após réveillon revelou receio com a violência: ‘Não vou ficar andando com o celular na mão’

Pai de Tayenne, Edo é consolado por um parente durante o velório da filha
Pai de Tayenne, Edo é consolado por um parente durante o velório da filha Foto: Fabiano Rocha / Extra
Bernardo Costa
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Numa mensagem enviada para a mãe horas antes de ser morta após sair do réveillon de Copacabana, na Zona Sul do Rio, a estudante de Psicologia Tayenne Rodrigues Pereira Abreu, de 22 anos, mostrou preocupação com a violência. No recado, ela disse que teria que ser breve por medo de ser assaltada: “Oi, mãe. Já estou em Copacabana. Está super tranquilo aqui, está bom? Não vou ficar andando muito com o celular na mão, não, mas eu te ligo quando for meia-noite. Eu te amo, tá?”.
- Ela era assim: onde chegava fazia questão de avisar aos pais - contou a amiga de infância, Cíntia Carvalho, de 33 anos.
De acordo com a amiga, o celular de Tayenne era de um modelo novo, o que fazia com que a jovem se preocupasse. Cíntia acha, inclusive, que o telefone pode ter chamado a atenção dos bandidos que assaltaram a universitária. Segundo a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), ela foi rendida por dois homens que estavam num Gol branco quando chegava em casa, em Belford Roxo, e teria reagido à abordagem.
- Provavelmente a Tayenne estava com o celular na mão, pronta para ligar para os pais avisando que havia saltado da van e já estava chegando em casa - disse Cíntia.
Tayenne usa asas de anjo em foto
Tayenne usa asas de anjo em foto Foto: Reprodução / Facebook
A universitária - que além da faculdade trabalhava no MetrôRio - foi morta a cerca de 500 metros de casa. Ela levou dois tiros. Agentes da DHBF analisam imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime para tentar identificar os bandidos. De acordo com o delegado Wellington Vieira, o próximo passo nas investigações é reconstitutir os passados de Tayenne de Copacabana até Belford Roxo. Os policiais farão isso com a ajuda de uma amiga que estava com a universitária até poucos momentos antes de sua morte.
Amigos chegam para o velório de Tayenne
Amigos chegam para o velório de Tayenne Foto: Fabiano Rocha / Extra
‘Um anjo’, diz pai em velório
Muito emocionado e sem conseguir conter as lágrimas durante o velório da filha, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, também na Baixada, o pai de Tayenne, Edo Abreu, de 57 anos, lembrou da noite de Natal passada em família. Segundo ele, a festa de 2014 foi uma das mais felizes: a universitária não conseguiu esconder a emoção por vê-lo vestido de Papai Noel pela primeira vez:
- Ela comprou a roupa para mim porque queria agradar os sobrinhos (de 1 e 4 anos). Estava muito feliz, pois essas crianças eram como se fossem filhos dela. Durante a comemoração, ela me abraçou e disse no meu ouvido: “Pai, esse foi o melhor Natal da minha vida”. Era o nosso anjinho. Minha filha era um anjo.
Tayenne, com a sobrinha no colo, e a família na noite de Natal
Tayenne, com a sobrinha no colo, e a família na noite de Natal Foto: Álbum de família
Após os festejos de fim de ano, Tayenne se preparava para viajar para Morro de São Paulo, na Bahia, no próximo dia 7. A jovem já havia comprado a passagem e se preparava para curtir as primeiras férias em cinco anos.
- Dezembro foi um mês muito intenso para ela. Talvez um dos mais felizes que já teve. Na virada de ano, ela ligou e falou com a mãe e comigo: “Pai, estou me divertindo muito. Aqui é fenomenal. Este ano estamos juntos. Eu te amo, pai” - lembrou Edo.
O irmão e a mãe da universitária
O irmão e a mãe da universitária Foto: Bernardo Costa / Extra
A jovem foi enterrada no início da tarde. Parentes e amigos aplaudiram muito e gritaram "Justiça, justiça!" quando o caixão seguiu para a sepultura. A mãe dela, Tânia Rodrigues, e o irmão dela, Douglas Abreu, se consolaram, emocionados.
Foto postada pela jovem em rede social horas antes de morrer
Foto postada pela jovem em rede social horas antes de morrer Foto: Reprodução
Uma foto postada por Tayenne numa rede social mostra sua felicidade durante a festa de Ano Novo. No registro, feito horas antes de ela ser morta, a universitária aparece sorrindo, com os braços abertos.

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