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domingo, 28 de setembro de 2014

EM VELÓRIO, PAI DE JANDIRA DIZ QUE QUERIA TER PROTEGIDO A FILHA

Corpo de Jandira é velado em Ricardo de Albuquerque Foto: Thiago Freitas / Extra Ricardo Rigel Tamanho do texto A A A Durante o velório de Jandira Magdalena dos Santos, que morreu após realizar um aborto numa clínica clandestina, o pai da jovem afirmou que foi avisado sobre a vontade da filha uma semana antes de sua morte. Segundo Samuel Cruz, de 50 anos, ele ainda teria se oferecido para levar a auxiliar administrativo até a clínica. Pai de Jandira se ofereceu para levar a filha até a clínica Pai de Jandira se ofereceu para levar a filha até a clínica Foto: Thiago Freitas / Extra - Eu sou pai. Se minha filha decidiu por essa atitude, a única coisa que podia fazer é levá-la para proteger de algo pior. O que mais me revolta foi eles terem mutilado minha filha. Ela era uma pessoa incrível - lamentou o comerciante. Jandira desapareceu, no último dia 26 de agosto, após realizar um aborto numa clínica clandestina na Zona Oeste do Rio. O corpo da jovem foi encontrado carbonizado, dentro de um carro, em um sítio em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, com os braços e pernas cortados e sem a arcada dentária. Dois suspeitos de participação no crime ainda são procurados. Um deles é Carlos Augusto Graça de Oliveira, suspeito de ter atuado como médico na cirurgia de Jandira. Ele já foi preso duas vezes por exercer ilegalmente a medicina. - Foi um período de muito sofrimento. Acredito que a polícia está fazendo um ótimo trabalho e vai conseguir prender esse falso médico - afirmou Samuel. Segundo o pai da jovem, a polícia acredita que, além do médico, outras pessoas também possam integrar o grupo que realiza abortos em clínicas clandestinas. Falso médico ainda é procurado pela polícia Falso médico ainda é procurado pela polícia Foto: Reprodução Até o momento, estão presos — além de Vanuza Vais Baldacine, mulher que levou Jandira para a clínica — Rosemere Aparecida Ferreira, suspeita de liderar a quadrilha, Marcelo Eduardo Medeiros, dono da casa que servia como clínica, e Mônica Gomes Teixeira, esposa de Marcelo e recepcionista da clínica clandestina. Todos os integrantes do bando identificados pela polícia vão responder por homicídio qualificado, aborto de terceiros, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Corpo foi enterrado em Ricardo de Albuquerque Cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares, acompanharam o velório da jovem. O enterro aconteceu às 14h deste domingo, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, em Deodoro, na Zona Norte do Rio. Antes, um pastor da igreja evangélica falou sobre os perigos do aborto em uma cerimônia que durou cerca de uma hora. Uma equipe da BBC de Londres veio até o Brasil para acompanhar o enterro da jovem. O grupo irá fazer uma reportagem mostrando como é a situação da mulher brasileira que precisa enfrentar o aborto ilegal, em clínicas clandestinas, e a visão do país sobre isso. Na Inglaterra, o aborto é permitido até a 24ª semana por razões sociais, médicas ou econômicas e após a 24ª semana em casos de risco de vida e de doença para a mãe e o feto. - Ela era uma irmã para mim. Fiz essa camisa para mostrar todo o meu amor por ela e guardo comigo um verso de uma música evangélica que diz "VOU TE LEVAR COMIGO PARA ONDE QUER QUE EU VÁ". Vou levá-la em meu coração - lamentou a amiga Alessandra Amaral. Fotos de diversos momentos felizes da jovem com a família foram coladas nas paredes da capela onde o corpo foi velado. - Ninguém tem o direito de julgar o que minha irmã fez. Ela já pagou com a própria vida. Agora o que a nossa família deseja é que as pessoas que fizeram isso com ela paguem em vida. Que se acertem com a Justiça - afirmou a irmã da jovem, Joyce dos Santos. Jandira morreu após realizar um aborto em uma clínica clandestina Jandira morreu após realizar um aborto em uma clínica clandestina Foto: Reprodução A mãe da jovem, Maria Ângela dos Santos, e seu ex-marido, Leandro Brito Reis, não tiveram condições de comparecer à cerimônia. Após o velório, um pastor da igreja evangélica irá realizar um culto em homenagem à jovem. - Nossa família está muito triste com a situação. E queremos dizer para a sociedade que, por sermos evangélicos, sempre condenamos a vontade dela de querer abortar. A todo momento tentávamos conversar com ela para apoiá-la a ter o filho, mas infelizmente essa tragédia aconteceu - contou o cunhado, Jairo da Silva, de 38 anos.

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