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terça-feira, 2 de setembro de 2014

MÃE DE HOMEM QUE NASCEU COM A CABEÇA VIRADA PARA TRÁS CONTA LUTA PARA CRIAR O FILHO

Claudio no encontro com o Papa João Paulo II Claudio no encontro com o Papa João Paulo II Foto: Reprodução / Facebook / Claudio Vieira de Oliveira Luísa Lucciola Ao fim de um parto complicado, aos 37 anos, a baiana Maria José Vieira perguntou sobre seu filho e ouviu um conhecido anunciar: “Ih, ele já morreu”. A previsão sobre o menino estava errada, mas não era infundada. Claudio Vieira de Oliveira nasceu em Monte Santo, no interior da Bahia, com artrogripose congênita, doença rara que deixou seus membros deformados e sua cabeça virada para trás permanentemente. Para ela, a chave da educação e da independência do menino foi criá-lo de igual para igual com seus outros cinco filhos. — O Claudio é assim de bem com a vida porque eu, seus irmãos e seu pai antes de morrer, todo mundo em casa trata ele normal. Ninguém tem peninha. Se precisar dar bronca, dou igual aos outros — explica a mãe, hoje com 70 anos. — Sempre levava ele para tudo que é canto, ele cresceu vendo gente, e todo mundo vendo ele também. Ele cresceu cercado de muito amor, isso que evita que ele tenha complexo — acredita. Discriminação Apesar da criação ser a mais normal possível, Maria José temia que da porta para fora o menino não recebesse o mesmo tratamento. Foi isso que atrasou a alfabetização de Claudio, que tem 37 anos. — Tinha medo que os meninos machucassem, que não aceitassem. Resolvi fazer um sacrifício e botar ele numa escolinha particular que tinha aqui na cidade. Costurava manhã, tarde e noite para conseguir pagar — recorda. Claudio com seu ídolo, Zico Claudio com seu ídolo, Zico Foto: Reprodução / Facebook / Claudio Vieira — Eu tive que lutar aqui na minha casa para me matricular numa escola pública. Conversamos com os diretores, os professores. Mas consegui entrar e fiquei até o fim do Ensino Médio — diz Claudio. Hoje, apesar de seu filho viajar com regularidade — ele trabalha dando palestras motivacionais —, Maria José não teme mais que ele seja vítima de discriminação, porque “todo mundo por aí sempre gosta dele”. Para a aposentada, católica, uma das maiores emoções que seu filho lhe trouxe foi o encontro com o Papa João Paulo II e o Papa Francisco. Claudio nasceu com artrogripose congênita e foi desacreditado pelos médicos Claudio nasceu com artrogripose congênita e foi desacreditado pelos médicos Foto: Reprodução / Facebook / Claudio Vieira — Eu já ouvi relatos de outras pessoas com necessidades especiais que viviam ou vivem diferentes das demais. Vivem num mundo fechado. A pessoa sente a discriminação, o preconceito. Eu fui diferente. Desde cedo fui motivado por muitas pessoas da minha família, principalmente minha mãe — diz Claudio.

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