'Pensei na minha neta', diz homem que encontrou bebê em matagal na Avenida Brasil Inicialmente, ele achou que se tratava de um boneco, já que criança estava quietinha Leia mais: https://oglobo.globo.com/rio/pensei-na-minha-neta-diz-homem-que-encontrou-bebe-em-matagal-na-avenida-brasil-

RIO - O agente de trânsito Alexandre da Silva Dias de Freitas, de 42 anos, foi o primeiro a avistar, na manhã desta segunda-feira, o recém-nascido abandonado em um matagal na Avenida Brasil, na altura de Barros Filho, na Zona Norte do Rio. Ele fazia o controle do tráfego na esquina do Viaduto de Barros Filho com a Estrada João Paulo, quando, por volta das 6h30, precisou ir ao ponto de base de trabalho da companhia que existe ali perto. Ao subir a escada, foi surpereendido:
Olhei para baixo e vi aquela criança no meio do mato. Num primeiro momento, achei que era um boneco. Estava quietinha, sem chorar. Alguns colegas acharam que estava morta. Mas eu cheguei mais perto e vi que não — conta.

Com o próprio jaleco, Alexandre cobriu o bebê. Outro agente foi a uma casa próxima pedir um cobertor. Ele então chamou o Corpo de Bombeiros e pediu aos colegas de trabalho que parassem a primeira viatura que vissem. Em poucos minutos, apareceu uma equipe da Força Nacional, que se prontificou a levar o bebê ao Hospital maternidade Alexander Fleming, em Marechal Hermes.

— A equipe ficou meio que surpresa, né? Porque na hora que a gente recebe um chamado, ou um pedido de apoio, a gente sempre espera algo que seja relacionado a outras coisas que não seja um bebê que seja largado assim no meio do nada —, contou o agente da Força Nacional Inácio Carvalho, em entrevista para o "Jornal Hoje", da TV Globo.
O bebê ainda estava com o cordão umbilical junto ao corpo, sinal de que havia chegado ao mundo há pouco tempo.

— No hospital, os médicos fizeram uma limpeza na criança e, em seguida, deram um banho. Foi quando chorou pela primeira vez — conta Alexandre, que mal pôde conter as lágrimas ao saber que o bebê estava bem.

Pai de dois filhos e avô de uma menina, Ana Celine, que completou 1 ano na última sexta-feira, Alexandre pensava na netinha enquanto socorria o recém-nascido.



— Senti uma grande emoção. Pensei logo na minha neta. Lembrei da imagem dela logo que nasceu, ainda na maternidade — diz ele, que nunca havia passado por situação semelhante: — Foi a primeira vez e espero que seja a última. É muita emoção para um coração.

Com 2.565g e idade gestacional de 39 semanas e cinco dias, o recém-nascido do sexo masculino foi encaminhado para a UTI Neonatal, onde recebeu assistência. Ele passa bem, segundo a Secretaria municipal de Saúde. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).