O presidente Jair Bolsonaro prometeu fazer um discurso "conciliatório", inusual e "em defesa da soberania" brasileira na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em entrevista veiculada pela TV Record na noite desta segunda-feira.
O presidente, que teve alta e deixou o hospital Vila Nova Star, em São Paulo nesta tarde, onde foi submetido no dia seguinte à cirurgia para correção de uma hérnia incisional, afirmou que encontra-se em condição de saúde propícia para a viagem para Nova York, marcada para o dia 23. A fala deve acontecer no dia seguinte.
— Eu falei há um tempo atrás que iria de qualquer maneira, nem que fosse de cadeira de rodas — afirmou. — Isso será possível. Já comecei a rascunhar o discurso, um discurso diferente dos que me antecederam. É conciliatório sim, mas [irá] reafirmar a questão da nossa soberania e do potencial que o Brasil tem para o mundo, coisa que poucos ou quase nenhum presidente teve uma postura dessas natureza na ONU.
Bolsonaro elogiou o presidente americano, Donald Trump, por "conter" o presidente da França, Emmanuel Macron, quando este tentou pressionar o G7 a aplicar sanções contra o Brasil em função das queimadas na Amazônia.
— Trump foi a pessoa decisiva para conter o senhor Macron num canto, que estava fazendo uma campanha contra o Brasil em cima de um fake news, mentira. Aquelas queimadas infelizmente acontecem, mas não pela proporção divulgada pela imprensa europeia — disse Bolsonaro.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), agosto deste ano foi o pior mês para a Amazônia desde 2010. O número de queimadas na região triplicou em relação a agosto do ano passado, passando de 10.421 em 2018 para 30.901 em 2019. O recorde anterior, há nove anos, foi de 45.018 focos de incêndio na parte brasileira do bioma.
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