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sábado, 3 de dezembro de 2011

NOVO TRATAMENTO NA PREVENÇÃO DO AVC, PARA LIMITAÇÃO DE ANTIOAGULANTE

Um novo tratamento disponível no Brasil para prevenir o risco de AVC em pacientes com limitações para o uso de anticoagulantes – tratamento padrão nesse tipo de condição – foi apresentado pelo cardiologista Eduardo Saad durante o Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas, que está sendo realizado em Brasília.

Saad, coordenador do Serviço de Arritmias e Estimulação do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), explicou que o procedimento é utilizado na prevenção de acidente vascular cerebral (AVC ou o popular “derrame”) em pacientes idosos portadores de fibrilação atrial e que possuem alguma dificuldade ou contraindicação para uso de anticoagulantes.

“Pessoas com o diagnóstico para a fibrilação atrial precisam fazer tratamento preventivo para diminuírem o risco de um AVC. Isso porque a fibrilação atrial aumenta o risco do desenvolvimento de coágulos sanguíneos no coração e que podem ‘viajar’ até o cérebro, desencadeando um AVC do tipo isquêmico, quando há entupimento dos vasos que irrigam o cérebro”, explica Saad.

A fibrilação atrial é a arritmia mais frequente encontrada na cardiologia, responsável por até 20% de todas as isquemias cerebrais, e é muito comum em pacientes idosos (a incidência é de cerca de 1% dos indivíduos com idade inferior a 60 anos e quase 10% naqueles com mais de 80 anos).

Esse tipo de arritmia cardíaca acarreta fluxo lento de sangue e consequente formação e embolização de coágulos sanguíneos, que ocorre no átrio esquerdo.

De acordo com Saad, os pacientes com arritmia cardíaca do tipo fibrilação atrial são dependentes do uso crônico de medicações anticoagulantes, justamente para prevenir a formação destes coágulos. Em 20% a 30% destes casos há alguma restrição ao uso dos anticoagulantes.

“Alguns indivíduos têm o risco de desenvolverem sangramentos graves e, por isso, acabam não recebendo a recomendação de usar esse tipo de remédio – que pode piorar o quadro de sangramento –, ficando, então, sujeitos a um maior risco de terem um AVC”, afirma Saad.

“A obstrução do apêndice atrial serve justamente para esses casos, já que após o procedimento não é mais necessário o uso de remédios anticoagulantes e, mesmo assim, o paciente permanece protegido das embolias”, acrescenta o cardiologista.

A equipe de Saad é a primeira a realizar esse tipo de tratamento no Brasil. O procedimento também estará disponível nas unidades terciárias especializadas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os pacientes de maior risco para o desenvolvimento das complicações embólicas decorrentes da fibrilação atrial são os idosos, os diabéticos, os hipertensos e aqueles que já tiveram um acidente vascular cerebral no passado.

“A auriculeta – como é chamado esse apêndice do coração – é a fonte de origem de coágulos sanguíneos em até 91% dos casos. Por isso, é esperado que estratégias que têm como alvo a auriculeta esquerda reduzam significativamente os acidentes embólicos”, diz Saad.

A técnica do procedimento consiste em implantar, por meio de cateter, uma prótese no coração, mais especificamente no apêndice atrial (localizada na superfície do átrio esquerdo e principal local de acúmulo de coágulos).

O novo tratamento, realizado sob anestesia geral, é minimamente invasivo (requer apenas uma punção de veia) e com duração de aproximadamente 1h30. O paciente tem alta em menos de 24 horas.

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