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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Hospitais de Campos fecham CTIs e restringem atendimentos pelo SUS Interrupção dos serviços se deve ao atraso do mês de julho por parte da Prefeitura. Sindicato dos Médicos diz que há insegurança da categoria

Os CTIs dos hospitais Beneficência Portuguesa e Santa Casa não têm remédios suficientes para receber pacientes. Já nos hospitais Plantadores de Cana e Álvaro Alvin, vários serviços foram restringidos à população. O quadro precário das unidades hospitalares da rede pública é atribuído à crise que atinge a Prefeitura de Campos, que ainda não fez o repasse do mês de julho para os hospitais conveniados. Mas, além da parte da crise que afeta a população que depende do SUS, há o lado dos médicos e servidores dos quatro maiores hospitais da cidade—Plantadores de Cana, Beneficência Portuguesa, Santa Casa e Álvaro Alvin—que temem demissões e falta de pagamento. As informações são do Sindicato dos Médicos de Em entrevista ao Campos 24 Horas nesta segunda-feira(18), o presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo, informa que a categoria está insegura. Com isso, muitos médicos podem parar de atender, sobretudo cirurgiões. Crespo afirma que os CTIs da Beneficência e Santa Casa já não têm condições de atendimento. Ele salienta que agendar consultas ou inserir pacientes no sistema de regulação também tem vários serviços restringidos por conta da falta de pagamento da prefeitura, ou seja, os quatro grandes hospitais conveniados não têm condições de receber pacientes graves que estão no Hospital Geral de Guarus(HGG) e no Hospital Ferreira Machado(HFM) dependendo de transferência para dar sequência a tratamentos.do boa vontade. Na realidade, dependemos diretamente das decisões da alta cúpula do governo municipal e do prefeito Rafael Diniz. Nós estamos falando de vidas e, desta forma, temos que ter prioridade. Os médicos devem ter prioridade quanto ao pagamento de salário, pois a maioria do atendimento hospitalar passa por eles”, analisa o presidente, que acrescentou: “Hoje, 90% da população dependem do SUS. Campos tem cerca de 500 mil habitantes, dos quais apenas 10% têm plano de saúde”,

José Roberto Crespo explica que os hospitais ficam aguardando dois repasses para pagar aos fornecedores e funcionários. E para complicar ainda mais, a maioria dos Planos de Saúde também estão com pagamentos em atraso com os hospitais . “O dinheiro que vem do Governo Federal está sendo repassado em dia, mas a prefeitura está em atraso com a Saúde. E isso já se tornou crônico. Já ocorreu no governo passado também”, explica José Roberto Crespo.

O Campos 24 Horas fez contato com os hospitais, porém ninguém quis se posicionar. Segundo os dirigentes das quatro maiores unidades hospitalares da rede conveniada, um posicionamento oficial só será anunciado após uma reunião agendada para a tarde desta segunda-feira.A secretaria municipal de Saúde informa que, mesmo o município enfrentando uma grave crise econômica, tem procurado manter os pagamentos em dia. Diálogos têm sido mantidos com frequência na tentativa de garantir um melhor atendimento à população.

Os repasses das verbas federais e municipais aos hospitais filantrópicos, somente este ano, foram de mais de R$ 86 milhões. A verba Federal está sendo repassada em dia e, com relação ao complemento municipal, está em aberto somente o mês de julho. No total, o repasse da verba federal neste ano para as unidades foi de R$ 51.266.345,37 e o complemento municipal foi de mais de R$ 34,8 milhões. Sobre a informação de suspensão dos atendimentos aos pacientes, é uma medida irregular. A secretaria ressalta ainda que, caso a posição da categoria seja mantida, medidas judiciais serão tomadas, já que o atendimento à população é prioridade da atual gestão, que vem trabalhando com uma receita com menos cerca de R$ 1 bilhão, se comparado ao ano passado.

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