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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Desabamento de ciclovia recém-inaugurada deixa ao menos dois mortos

RIO - Um trecho de mais de 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, desabou por volta das 11h10m desta quinta-feira, deixando pelo menos dois mortos. Mas existe a possibilidade de uma terceira pessoa ter morrido no acidente. Bombeiros fizeram buscas no local até o inicio da noite e amanhã, ao amanhecer, o trabalho será retomado.

O desabamento foi na altura do Castelinho, a cerca de 800 metros da Praia de São Conrado. Os dois corpos foram resgatados pelos bombeiros no mar. Uma das vítimas é o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, reconhecido pelo cunhado. O outro morto, um homem que tem entre 40 e 50 anos, não tinha sido identificado até a noite. A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano e custou R$ 44,7 milhões.A Avenida Niemeyer foi interditada nos dois sentidos, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. Os motoristas devem seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.O secretário municipal de Governo Pedro Paulo Carvalho afirmou que é prematuro dizer que houve falha na construção da ciclovia:

- É hora de os engenheiros avaliarem e fazerem um laudo. Estamos apurando as causas e falando com a empresa que construiu a ciclovia. Todos os cálculos que foram feitos serão revistos. Estamos com técnicos da GeoRio para identificar esse acidente. É claro que há a suspeição para saber se a ciclovia é segura ou não. A prefeitura vai cobrar, seja da empresa que fez a obra, dos engenheiros que fizeram o cálculo. Vamos cobrar a responsabilidade de quem fez - disse Pedro Paulo, que acrescentou que o prefeito Eduardo Paes está voltando de Atenas.O secretário acrescentou que a ciclovia na Niemeyer ficará interditada para vistorias técnicas, sem previsão para ser reaberta. Segundo ele, a ciclovia do Elevado do Joá também terá que ser vistoriada.

- É óbvio que depois de um acidente desse nós vamos parar as obras (do Elevado do Joá) e refazer os cálculos para que não tenha qualquer tipo de risco também para essa outra ciclovia.O Consórcio Contemat-Concrejato, responsável pela obra, disse em nota que “vai trabalhar incessantemente até que sejam conhecidas as causas do acidente”, e afirmou que a prioridade, no momento, é o atendimento às famílias das vítimas. “Todo o processo foi supervisionado pelos órgãos de fiscalização competentes”, concluiu o consórcio.

Pedro Paulo explicou que mergulhadores estão no mar à procura de mais uma possível vítima, segundo o Corpo de Bombeiros.

- Fizemos interdição em dois pontos da Avenida Niemeyer. Pedimos aos moradores que evitem passar neste trecho, pois as ondas estão batendo contou o secretário.

Equipes dos grupamentos Marítimo e de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros atuam na região, com o apoio de helicópteros, motes, motos aquáticas e até um drone. A Policia Civil informou que a ocorrência foi registrada na 15ª DP (Gávea). Ao longo do dia, peritos trabalharam no local. Um helicóptero da Polícia Civil também auxilia nas buscas pelas vítimas.O administrador de empresas Guilherme Miranda, de 49 anos, estava pedalando em direção a São Conrado e viu uma onda muito grande bater na encosta, levar o trecho da ciclovia e três pessoas caírem na água.

— Vieram três ondas grandes e uma bateu na ciclovia, que se desfez que nem papel. As pessoas rolaram para dentro d'água. Não sei se quando caíram já estavam mortas. Ficaram boiando por meia hora até o primeiro helicóptero chegar e 1h30 até a primeira autoridade chegar — contou Miranda, indignado

O contador Ademir Guedes, de 36 anos, contou que estava pedalando na ciclovia e ao fazer uma curva a cerca de 200 metros do local do acidente, foi avisado por um outro ciclista do desabamento da pista:

— Ele me alertou, mas eu achei que ele estivesse brincando. Jamais imaginaria a queda de uma ciclovia recém-construída. Fui devagar até a beira do precipício. Aí os motoristas começaram a gritar me alertando do risco.Um agente da CET-Rio disse que ouviu falar que o desabamento da ciclovia aconteceu no momento exato que o ônibus estava passando e o veículo foi coberto pela água do mar, molhando quem estava dentro.O economista Cléber Pereira, de 50 anos, disse achar um absurdo uma construção inaugurada tão pouco tempo desabar:

- Cadê os engenheiros que projetaram isso aqui? Uma obra desse porte e não prevêem eventos naturais como uma ressaca? - indagou.

A ciclovia Tim Maia liga o Leblon a São Conrado. A via tem 3,9 quilômetros de extensão e dispõe de 11 acessos.


















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