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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Cristiana de Souza Andrade foi morta com duas facadas no pescoço. "Ela foi muito corajosa", disse taxista sobre a criança que ajudou no socorro.

Imagens gravadas por um cinegrafista amador mostram a filha de sete anos de Cristiana de Souza Andrade, de 46 anos, pedindo socorro para a mãe e contando para um policial o que tinha acontecido. O vídeo mostra a chegada de Cristiana e da menina ao Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio
A menina chora e implora por ajuda para a mãe, que estava desacordada no banco dianteiro do táxi de Valdeci Silva, de 43 anos, que socorreu a mulher. A criança tenta conversar com ela e pede ajuda. Cristiana levou duas facadas no pescoço em uma tentativa de assalto na quinta-feira (14).
Cristiana não sobreviveu aos ferimentos e foi sepultada na tarde desta sexta-feira (15), no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Valdeci contou ao G1 que a criança foi uma 'heroína', e que ficou muito abalado ao saber da morte de Cristiana.
"Ela foi muito corajosa, na maneira como reagiu, como foi forte, conversando com ela no caminho para o hospital, dizendo para a mãe continuar com ela", diz Valdeci, taxista há 15 anos.
Ele conta que dirigiu até o hospital com as duas no banco da frente, e a criança entre a mãe e o painel. Ao chegar ao Souza Aguiar, mais drama.
"Ela [Cristiana] perdeu muito sangue, a gente demorou para chegar ao hospital. Quando chegamos, ainda demorou para ela sair de dentro do carro, porque só tinha um maqueiro, foi um absurdo", afirmou o taxista.Valdeci diz que rezou muito, mas soube por volta das 23h30 que Cristiana havia falecido.
"Não acreditei, fiquei muito abalado. É uma pena que tenha tido que resolver vários problemas hoje [sexta-feira] porque queria ter ido ao enterro, dar uma força. Me dá uma dor no peito", relatou ele.O taxista revela também já foi vítima da violência; sofreu cinco assaltos desde que começou a exercer a profissão. Ele disse que nunca viu nada parecido, e conta que passou a madrugada limpando e desmontando o carro que, segundo ele, tinha aproximadamente quatro litros de sangue ao chegar ao hospital.
"Vou ter que passar alguns dias fora da rua, até para higienizar o carro, desmontar o banco do carona todo. Vai demorar muito para eu esquecer disso", lamenta Valdeci.
No enterro, o sentimento era de indignação com a insegurança.
"A gente escuta tanto sobre Olimpíada, segurança, vários policiais vindo para o Rio, mas no nosso bairro não tem segurança nenhuma. Ficamos chocados porque foi um crime bárbaro e numa área próxima à Prefeitura do Rio e ao COI", disse Eduardo Cataldo, assessor parlamentar e amigo de infância da vítima.

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